domingo, 8 de agosto de 2010

Eliminação na Libertadores, queda do treinador, despedida do Hernanes...


O que mais falta acontecer com o São Paulo nesta crise se instalou no clube? Primeiro, foram as derrotas na volta do Brasileirão, após a Copa do Mundo: foram três derrotas, um empate e uma vitória. Na Libertadores, o torneio que a torcida tricolor mais idolatra e comparece ao estádio, o time cai novamente diante de um brasileiro, prolongando um pouco mais a sina de não vencer times do mesmo País no torneio sul-americano (para quem não se lembra, o São Paulo caiu em 2006 na final para o Internacional, em 2007 caiu diante do Grêmio, em 2008 perdeu para o Fluminense e em 2009 caiu diante do Cruzeiro). Parecia que ia mudar esse triste destino tricolor: em 2010, se classificou como primeiro do grupo, com a defesa menos vazada do torneio até então. Eliminou o Universitários do Peru nos penaltis, em um jogo sofrido no Morumbi em que até o goleiro artilheiro Rogério Ceni, perdeu um penalti, mas defendeu dois e colocou o time nas quartas-de-final. O adversário seria o Cruzeiro, algoz tricolor no ano passado, quando eliminou o time paulista vencendo o primeiro jogo no Mineirão por 2 a 1 e no Morumbi por 2 a 0.
O jogo deste ano no Mineirão foi tenso, com pressão dos mineiros durante todo tempo. Mas em dois lances de Fernandão, os paulistas fizeram dois gols fora e praticamente garantiram a vaga nas semi-finais. Na partida de volta no Morumbi, novo 2 a 0 e vaga garantida. A vingança contra um brasileiro fora cumprida.
Nas semi-finais, o tricolor novamente encontrou um adversário forte. O Internacional, campeão em cima do São Paulo em 2006, eliminou o Estudiantes da Argentina (o atual campeão da Libertadores) no sufoco e se classificou para enfrentar o time paulista.
A torcida são-paulina acreditava no time que fizera um jogo impecável diante do Cruzeiro. Mas a parada para a Copa do Mundo pareceu fazer muito mal para os paulistas. Na volta do Brasileiro, a desculpa da diretoria sempre foi a ''prioridade da Libertadores'' e assim foram perdendo jogos, empatando em casa e ficando perto da zona do rebaixamento.
Chegara então o desafio principal do São Paulo: o primeiro jogo da Libertadores. Realizado no Beira-Rio, o São Paulo tentou adotar a mesma tática que adotou contra o Cruzeiro no Mineirão: se defender e contra-atacar. Porém, encontrou um time mais bem posicionado em campo, com uma zaga boa que não cometeu os mesmos erros e cochilo dos mineiros.
O jogo foi totalmente do Internacional que venceu o jogo por 1 a 0 com gol do ''iluminado'' Giuliano. Sobrava o jogo de volta.
No Brasileiro, o São Paulo conseguiu finalmente vencer novamente, e deu mais esperanças para a torcida, que lotou o Morumbi (na primeira semana da venda, foram mais de 30.000 ingressos vendidos) para empurrar o time.
O tricolor atacou, mas não conseguia encaixar uma grande jogada. Foi então que o goleiro colorado resolveu dar uma ajuda ao time paulista: em um lance ridículo, ele deixou a bola escapar de suas mãos quando foi encaixa-la e a bola sobrou para Alex Silva, o pirulito, que cabeceou no canto e fez São Paulo 1 a 0. A vantagem do Inter havia terminado lá.
O primeiro tempo terminara assim, com o tricolor em vantagem no placar. No segundo tempo, caiu uma bomba em cima do time: em uma cobrança de falta, D'Alessandro chutou e Alecssandro deu um leve desvio na bola enganando Rogério Ceni. Era o empate do Inter, que praticamente garantia a vaga na final. Mas um minuto depois, em um belo lançamento, Ricardo Oliveira colocou os paulistas em vantagem novamente. O time gaúcho reclamou de impedimento que não existiu, afinal o único jogador na defesa que não saiu para deixar o atacante em posição irregular foi Nei.
O jogo foi dramático, com o São Paulo apertando e atacando, mas novamente muito afobado. No último lance do jogo, em cobrança de escanteio, Rogério Ceni fora pra área e fizera falta no goleiro Renan. Foi o suficiente para o árbitro apitar o final do jogo e o Internacional ir para a decisão do torneio sul-americano.
Tristeza e decepção no Morumbi.

Sobre Ricardo Gomes:

A queda do time na Libertadores com certeza acarretaria na saída do técnico são-paulino.
Como a queda veio, a diretoria resolveu atender o apelo da torcida e não renovou o contrato de Ricardo Gomes, que terminou após a Libertadores.
Ricardo chegou ao tricolor no ano passado, logo após a saída de Muricy Ramalho, que caira na Libertadores diante do Cruzeiro. Muricy no clube teve três títulos brasileiros seguidos, o único treinador a conseguir esse feito no mesmo clube.
A passagem de Ricardo Gomes pelo clube paulista teve seus altos e baixos: não conquistou nenhum título na era pós-Muricy, mas o time lutou até o fim pelo título brasileiro do ano passado, que foi conquistado pelo Flamengo. Acreditando no potencial do treinador, o presidente do São Paulo e os dirigentes resolveram manter Ricardo no comando do clube. Mas o técnico em um ano no comando, não conseguiu acertar o time titular definitivo, aquele que seria o principal para as horas decisivas. Improvisou Richarlyson na zaga com Xandão no banco, barrou Washington após declarações do atacante terem irritado tanto a ele quanto a torcida e diretoria, apostou em Fernandão e finalmente deu oportunidades aos garotos de Cotia (Casemiro, Henrique e Diogo foram promovidos da base e passaram a treinar com o time principal). Em fim, no clube, Ricardo Gomes comandou o time em 73 partidas, com 38 vitórias, 15 empates e 20 derrotas. O treinador deixa o clube pela porta da frente, em alta com a diretoria.

E Hernanes se foi...

A Lazio da Itália contratou o camisa 10 do São Paulo, Hernanes. O jogador teve sua última participação com a camisa tricolor no jogo contra o Internacional no Morumbi, que resultou na queda são-paulina. Ontem pela manhã, Hernanes foi ao CT se despedir dos companheiros de São Paulo, e disse que só tem a agradecer a tudo que o time fez por ele. Hernanes disputou 216 jogos com a camisa tricolor e marcou 35 gols.
Com certeza, deixará saudades para a torcida.

E mais jogadores podem sair

Miranda, Dagoberto e Diogo podem deixar o clube até o final do mês, quando a janela de transferência da Europa fecha. Miranda é o que tem mais chances de deixar o elenco. O zagueiro tem contrato até o final de junho de 2011 o que significa que a janela de transferência desse ano é a última oportunidade de o São Paulo lucrar com a venda do jogador. Em dezembro, quando a janela poderá se abrir novamente, Miranda pode assinar pré-contrato com qualquer clube, sem que o São Paulo seja ressarcido.
Dagoberto já recebeu sondagens do Bordeaux, da França. O atacante tem contrato até 2012. Já o lateral-esquerdo Diogo tem contrato até 2015 com o time. Uma das jóias das categorias de base, o lateral entrou com uma ação para se livrar do contrato que o prendia ao time paulista, mas voltou atrás e ganhou chance entre os titulares. Caiu nas graças do presidente Juvenal Juvencio, mas teve atuação apagada contra o Santos.
É claro, o tricolor aproveitará a janela de transferências para tentar contratar reforços para os setores que mais carecem no time: a lateral-direita é a mais carente, que desde a saída de Ilsinho em 2007, não conseguiu um substituto para o setor. Cicinho veio por empréstimo até a final da Libertadores, mas a presidente da Roma decidiu que o lateral deveria se reapresentar na Itália e Cicinho se foi.
A diretoria não tem pressa para contratar um treinador, onde os nomes mais cotados foram de Silas, que está em baixa com o Grêmio, o ex-treinador da seleção brasileira Dunga e até Maradona.
O fato é que o São Paulo precisa URGENTE de uma reformulação e uma reação no Brasileiro, que começa hoje contra o Atlético-PR na Arena da Baixada, e será comandado pelo interino Milton Cruz.